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segunda-feira, 4 de abril de 2011

O Viajante

Decidiu sair de casa. Não suportava mais o clima melancólico da morte de seu pai. Este que, em toda sua vida foi o único capaz de compreender seus problemas, seus receios e seus medos. O único homem a quem ela amou em sua monótona vida suburbana. As seis da manhã, pegou suas roupas, livros e um pouco do dinheiro que havia juntado. Deixou para trás sua mãe, suas irmãs e decidiu pegar o primeiro trem que passasse. Deixou apenas um bilhete dizendo que as amava muito, mas que precisava fazer isso.
Tudo o que ela desejava, era apagar de sua memória os últimos momentos que viveu em casa. Ela tinha medo de viver o novo, porém sabia que se continuasse em casa não sobreviveria.O trem chegou. Ela entrou, sentou-se ao fundo. O frio era intenso, suas mãos estavam geladas. Tudo o que queria naquele momento era se aquecer. Fez um desejo. Foi nesse momento que um rapaz de cabelos escuros e uma mochila de viajante sentou-se ao seu lado concentrado em seu livro de leitura. Ela ficou o observando e pareceu naquele momento que ela começava a viver algo novo. Ao perceber que ela o olhava discretamente, ele fechou o livro, olhou para ela e com uma voz doce e aveludada perguntou se ela precisava se aquecer. Ela suavemente balançou a cabeça fazendo que sim. A partir desse momento os dois começaram a conversar, se conheceram e falaram de onde vinham um para o outro. O viajante contou que não tinha um lugar certo para ir. Queria conhecer o mundo, desejava ir em todos os lugares que pudesse. Para conseguir dinheiro, ele tocava violão em praças, bares e nas ruas. A viajem foi longa, o frio fazia de suas mãos imóveis. Porém, isso já não importava mais pois a atração entre eles era inevitável.Ao descer do trem, não conseguiram se separar, decidiram ir juntos para algum lugar, começarem uma vida nova. E qual seria o problema disso. Eram dois jovens sonhadores, que queriam descobrir o mundo. Ambos tiveram tudo na vida. Uma família, uma casa.O amor da família. Isso era tudo. Mas nunca haviam experimentado o amor. Era isso, o que procuravam. E foi isso, o que encontraram um no outro. Uma nova paixão, um novo destino. Depois de uma vida que os dois viveram juntos, ela contou a ele o desejo que havia feito segundos antes dele aparecer ao seu lado naquele dia frio no trem. O seu desejo foi que aparecesse alguém que a guiasse em sua vida, pelos caminhos certos que ela deveria seguir. Foi ali naquele trem, naquela viajem que o seu grande amor surgiu.

Letícia Rodrigues

Um comentário:

  1. que isso hein amiiga!
    escritora agora? hesheusheuhsue
    mto lindo o texto *-*
    beijoo! s2
    Ana Paula ;)

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